2020, o ano (in)esquecível

Para muitos, o ano de 2020 tem sido visto como aquele que deve ser esquecido. Provavelmente, aqueles que têm esse posicionamento devem pensar nas tribulações, tristezas e perdas que marcaram a vida da maior parte da população do nosso planeta durante esse período. O simples ato de rememorar aquilo pelo qual passamos nesses tempos constitui um enorme fardo, do ponto de vista afetivo e cognitivo. Lembrar dói, seria a fala de muitos. Nessa perspectiva, 2020 seria um ano esquecível.

Por outro lado, podemos pensar em 2020 sob outra perspectiva. Neste sentido, as oportunidades únicas e globais de aprendizado trazidas pela pandemia mudaram a nossa forma de trabalhar, aprender e ensinar. Descobrimos que a ciência, conquanto importantíssima, não tem todas as respostas e, mais ainda, no tempo em que delas necessitamos. Tivemos que admitir as nossas fragilidades face à ação de um organismo microscópico, diminuto no tamanho e gigante nos seus efeitos deletérios. Fomos forçados a abrir mão daquilo que prezamos, sobretudo nós, brasileiros: o toque, o abraço, o aconchego, o cheiro, como dizem nossos compatriotas do Nordeste.

Diante de tudo isso, para aqueles que possuem uma perspectiva cristã reformada, tivemos oportunidades preciosas para exercitar a nossa dependência de Deus, crermos na Sua soberania sobre todas as coisas, inclusive a pandemia, e sermos agraciados com Seu consolo e suporte em meio às turbulências desse período.

Para o próximo ano, ainda que não saibamos o que está reservado para nós, fica a esperança trazida sob a forma de versos:

Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro?
O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.
Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda.
É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel.
O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita.
De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua.
O Senhor te guardará de todo mal; guardará a tua alma.
O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.

(Salmos 121:1-8)

Que seja, o Senhor, o nosso socorro e a nossa esperança!

Um 2021 abençoado para todos, debaixo dessa certeza!

Alysson Massote Carvalho, Presidente da ANEP.

Imagem: Breno Peck on VisualHunt / CC BY-NC-SA