Ensino híbrido: o que é e como implementar na sua escola?
É possível encontrar diferentes definições para Ensino Híbrido nas teorias educacionais. Todas elas apresentam, de forma geral, a convergência de dois modelos de aprendizagem: o presencial, em que o processo ocorre em sala de aula, como vem sendo realizado há tempos, e o online, que utiliza as tecnologias digitais para promover o ensino.
No modelo híbrido, a ideia é que educadores e estudantes possam ensinar e aprender em tempos e locais variados. Principalmente no Ensino Superior, essa realidade está atrelada a uma metodologia de ensino a distância (EAD), em que o ensino presencial se mistura com o ensino remoto. Em alguns casos, algumas disciplinas são ministradas na forma presencial e outras ministradas apenas a distância.
Esse seria o uso original do termo que evoluiu para abarcar um conjunto muito mais rico de estratégias ou dimensões de aprendizagem. Podemos considerar que o termo Ensino Híbrido está enraizado em uma ideia de que não existe uma forma única de aprender e que a aprendizagem é um processo contínuo.
A definição de Ensino Híbrido proposta pelo Instituto Clayton Christensen é a que tem sido mais utilizada nas escolas de Educação Básica nos EUA. Ela apresenta concepções possíveis para o uso da tecnologia na cultura escolar contemporânea, uma vez que não é necessário abandonar o que se conhece até o momento para promover a inserção de novas tecnologias em sala de aula regular. Há possibilidade de personalizar o ensino por meio da utilização de diferentes recursos didáticos, tendo as tecnologias como espinha dorsal do processo.
A organização dos modelos de Ensino Híbrido (HORN & STAKER, 2012; 2015) aborda formas de encaminhamento das aulas em que as tecnologias digitais podem ser inseridas de forma integrada ao currículo e, portanto, não são consideradas como um fim em si mesmas, mas têm um papel essencial no processo, principalmente em relação à personalização do ensino.
Apresentamos, a seguir, os desafios de um grupo de experimentação que envolveu 16 pesquisadores de escolas públicas e particulares, em uma ação entre o Instituto Península e a Fundação Lemann.
Podemos considerar que os dois ambientes de aprendizagem (a sala de aula tradicional e o ambiente virtual de aprendizagem) estão tornando-se gradativamente complementares. Isso ocorre porque, além do uso de variadas tecnologias digitais, o indivíduo interage com o grupo, intensificando a troca de experiências.
Sendo assim, o ensino híbrido parte de uma proposta metodológica que impacta na ação do professor em situações de ensino e na ação dos estudantes em situações de aprendizagem, pois a troca entre os pares com diferentes habilidades e conhecimento se torna mais fluida e participativa.
Fonte: Texto adaptado de Lilian Bacich, pesquisadora do tema e co-organizadora do livro "Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação", publicado pelo Instituto Península e pela Fundação Lemann.